Lei dos Registros Públicos (L6015/1973)

Artigo 176 - Lei dos Registros Públicos / 1973

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Da Escrituração

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Art. 176 - O Livro nº 2 - Registro Geral - será destinado, à matrícula dos imóveis e ao registro ou averbação dos atos relacionados no art. 167 e não atribuídos ao Livro nº 3.
§ 1º A escrituração do Livro nº 2 obedecerá às seguintes normas:
I - cada imóvel terá matrícula própria, que será aberta por ocasião do primeiro ato de registro ou de averbação caso a transcrição possua todos os requisitos elencados para a abertura de matrícula;
II - são requisitos da matrícula:
1) o número de ordem, que seguirá ao infinito;
2) a data;
3) a identificação do imóvel, feita mediante indicação de suas características e confrontações, localização, área e denominação, se rural, ou logradouro e número, se urbano, e sua designação cadastral, se houver;
3) a identificação do imóvel, que será feita com indicação:
a - se rural, do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da denominação e de suas características, confrontações, localização e área;
b - se urbano, de suas características e confrontações, localização, área, logradouro, número e de sua designação cadastral, se houver.
4) o nome, domicílio e nacionalidade do proprietário, bem como:
a) tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da cédula de identidade, ou à falta deste, sua filiação;
b) tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda;
5) o número do registro anterior;
6) tratando-se de imóvel em regime de multipropriedade, a indicação da existência de matrículas, nos termos do § 10 deste artigo;
III - são requisitos do registro no Livro nº 2:
1) a data;
2) o nome, domicílio e nacionalidade do transmitente, ou do devedor, e do adquirente, ou credor, bem como:
a) tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Registro Geral da cédula de identidade, ou, à falta deste, sua filiação;
b) tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda;
3) o título da transmissão ou do ônus;
4) a forma do título, sua procedência e caracterização;
5) o valor do contrato, da coisa ou da dívida, prazo desta, condições e mais especificações, inclusive os juros, se houver.
§ 2º Para a matrícula e registro das escrituras e partilhas, lavradas ou homologadas na vigência do Decreto nº 4.857, de 9 de novembro de 1939, não serão observadas as exigências deste artigo, devendo tais atos obedecer ao disposto na legislação anterior .
§ 3º Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento de imóveis rurais, a identificação prevista na alínea a do item 3 do inciso II do § 1º será obtida a partir de memorial descritivo, assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, geo-referenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a quatro módulos fiscais.
§ 4º A identificação de que trata o § 3º tornar-se-á obrigatória para efetivação de registro, em qualquer situação de transferência de imóvel rural, nos prazos fixados por ato do Poder Executivo.
§ 5º Nas hipóteses do § 3º, caberá ao Incra certificar que a poligonal objeto do memorial descritivo não se sobrepõe a nenhuma outra constante de seu cadastro georreferenciado e que o memorial atende às exigências técnicas, conforme ato normativo próprio.
§ 6º A certificação do memorial descritivo de glebas públicas será referente apenas ao seu perímetro originário.
§ 7º Não se exigirá, por ocasião da efetivação do registro do imóvel destacado de glebas públicas, a retificação do memorial descritivo da área remanescente, que somente ocorrerá a cada 3 (três) anos, contados a partir do primeiro destaque, englobando todos os destaques realizados no período.
§ 8º O ente público proprietário ou imitido na posse a partir de decisão proferida em processo judicial de desapropriação em curso poderá requerer a abertura de matrícula de parte de imóvel situado em área urbana ou de expansão urbana, previamente matriculado ou não, com base em planta e memorial descritivo, podendo a apuração de remanescente ocorrer em momento posterior.
§ 9º A instituição do direito real de laje ocorrerá por meio da abertura de uma matrícula própria no registro de imóveis e por meio da averbação desse fato na matrícula da construção-base e nas matrículas de lajes anteriores, com remissão recíproca.
§ 10. Quando o imóvel se destinar ao regime da multipropriedade, além da matrícula do imóvel, haverá uma matrícula para cada fração de tempo, na qual se registrarão e averbarão os atos referentes à respectiva fração de tempo, ressalvado o disposto no § 11 deste artigo.
§ 11. Na hipótese prevista no § 10 deste artigo, cada fração de tempo poderá, em função de legislação tributária municipal, ser objeto de inscrição imobiliária individualizada.
§ 12. Na hipótese prevista no Inciso II do § 1º do art. 1.358-N da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), a fração de tempo adicional, destinada à realização de reparos, constará da matrícula referente à fração de tempo principal de cada multiproprietário e não será objeto de matrícula específica.
§ 13. Para a identificação de que tratam os §§ 3º e 4º deste artigo, é dispensada a anuência dos confrontantes, bastando para tanto a declaração do requerente de que respeitou os limites e as confrontações.
§ 14. É facultada a abertura da matrícula na circunscrição onde estiver situado o imóvel, a requerimento do interessado ou de ofício, por conveniência do serviço.
§ 15. Ainda que ausentes alguns elementos de especialidade objetiva ou subjetiva, desde que haja segurança quanto à localização e à identificação do imóvel, a critério do oficial, e que constem os dados do registro anterior, a matrícula poderá ser aberta nos termos do § 14 deste artigo.
§ 16. Se não forem suficientes os elementos de especialidade objetiva ou subjetiva, será exigida a retificação, no caso de requerimento do interessado na forma prevista no § 14 deste artigo, perante a circunscrição de situação do imóvel.
§ 17. Os elementos de especialidade objetiva ou subjetiva que não alterarem elementos essenciais do ato ou negócio jurídico praticado, quando não constantes do título ou do acervo registral, poderão ser complementados por outros documentos ou, quando se tratar de manifestação de vontade, por declarações dos proprietários ou dos interessados, sob sua responsabilidade.
§ 18. Quando se tratar de transcrição que não possua todos os requisitos para a abertura de matrícula, admitir-se-á que se façam na circunscrição de origem, à margem do título, as averbações necessárias.
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Jurisprudências atuais que citam Artigo 176

Lei:Lei dos Registros Públicos   Art.:art-176  
28/09/2021 TRF-1 Acórdão

APELAÇÃO CIVEL

EMENTA:  
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA DE HIPOTECA. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF). DESMEMBRAMENTO DE UNIDADE IMOBILIÁRIA. FALTA DE AVERBAÇÃO JUNTO AO CARTÓRIO COMPETENTE. ÔNUS REAL DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA CONSTANTE DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO QUE RECAIU SOBRE TODO O IMÓVEL. POSSIBILIDADE. PEDIDO IMPROCEDENTE. SENTENÇA MANTIDA. 1. Nos termos do art. 1.227 do Código Civil, os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. ...
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da Lei n. 6.015/1973, conforme informações prestadas pelo Oficial Titular do Cartório do 7° Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Salvador. 4. Assim, não há como vislumbrar qualquer erro da CEF, quanto à celebração de contrato de financiamento imobiliário, no qual constou o ônus real da alienação fiduciária de bem imóvel, em relação à única matrícula existente no cartório competente, mesmo porque não seria possível a efetivação de tal ato, com a exclusão de unidade que não figurou dos cadastros do referido tabelionato. 5. Sentença que julgou improcedentes os pedidos de cancelamento do gravame que recaiu sobre o imóvel e de indenização por danos morais, que se mantém. 6. Apelação da aurora não provida. (TRF-1, AC 0030380-78.2013.4.01.3300, DESEMBARGADOR FEDERAL DANIEL PAES RIBEIRO, SEXTA TURMA, PJe 28/09/2021 PAG PJe 28/09/2021 PAG)
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10/05/2024 TJ-SP Acórdão

Agravo de Instrumento - Usucapião Ordinária

EMENTA:  
Agravo de Instrumento. Usucapião. Decisão que determinou aditamento da petição inicial para delimitar o imóvel; indicar e qualificar corretamente os polos da lide bem como a juntada de documentos indispensáveis para regular processamento do feito. Insurgência da Agravante. Irresignação que não comporta acolhimento. Decisão que observa o princípio da especialidade objetiva. Inteligência do artigo 176 da Lei de Registros Públicos. É dever da parte instruir o feito com as informações necessárias ao conhecimento do pedido. Recurso improvido. Decisão mantida. (TJSP;  Agravo de Instrumento 2318662-02.2023.8.26.0000; Relator (a): Vitor Frederico Kümpel; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro de Campinas - 3ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 09/05/2024; Data de Registro: 10/05/2024)
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26/02/2024 TJ-RJ Acórdão

Processos relativos a decisoes proferidas pelos juizes de Registro Publico - Remessa Necessária

EMENTA:  
REMESSA NECESSÁRIA. SERVIÇO REGISTRAL. DÚVIDA. REQUERIMENTO DE REGISTRO DE ESCRITURA DE COMPRA E VENDA. REGISTRO ADIADO ANTE A EXIGÊNCIA DE AVERBAÇÃO DO ESTADO CIVIL, REGIME DE BENS E CPF DA CÔNJUGE DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. SENTENÇA QUE JULGOU IMPROCEDENTE A DÚVIDA. AUTOS ENCAMINHADOS AO CONSELHO DA MAGISTRATURA POR FORÇA DO DISPOSTO NO PARÁGRAFO 2º, DO ARTIGO 48, DA LODJ. PARECER DA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA NO SENTIDO DE CONFIRMAR A SENTENÇA. EXPRESSA PREVISÃO NO ARTIGO 176, § 2º, DA LEI Nº 6.015/73. CUIDANDO-SE DE ESCRITURA LAVRADA SOB A ÉGIDE DO DECRETO Nº 4.857/39 SÃO DISPENSADOS OS REQUISITOS PREVISTOS NO § 1º, DEVENDO OBEDECER, TODAVIA, AO DISPOSTO NA LEGISLAÇÃO ANTERIOR. NO CASO DOS AUTOS A EFETIVAÇÃO DO REGISTRO DA ESCRITURA DE COMPRA E VENDA NÃO CONSTITUI ABALO À SEGURANÇA JURÍDICA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DA DÚVIDA QUE SE CONFIRMA, EM REEXAME NECESSÁRIO. Conclusões: Por unanimidade de votos, em reexame necessário, foi confirmada a sentença, nos termos do voto do Relator. Lavrará o acórdão o(a) Exmo(a). Sr.(Sra.) DES. JOSE CARLOS MALDONADO DE CARVALHO.Participaram do julgamento os Exmos. Srs.: DES. JOSE CARLOS MALDONADO DE CARVALHO, DES. MARCUS HENRIQUE PINTO BASÍLIO, DES. ANA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA, DES. GILMAR AUGUSTO TEIXEIRA, DES. AGOSTINHO TEIXEIRA DE ALMEIDA FILHO, DES. HELENO RIBEIRO PEREIRA NUNES, DES. CAETANO ERNESTO DA FONSECA COSTA e DES. SUELY LOPES MAGALHAES. (TJ-RJ, Processos relativos a decisoes proferidas pelos juizes de Registro Publico 0000141-79.2022.8.19.0022, Relator(a): DES. JOSE CARLOS MALDONADO DE CARVALHO, Publicado em: 26/02/2024)
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