Alienação fiduciária e os mecanismos de defesa da busca e apreensão

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Por Modelo Inicial
22/08/2024  
Alienação fiduciária e os mecanismos de defesa da busca e apreensão - Cível
Conceito, base legal e requisitos de validade. Veja as linhas de defesa no caso de busca e apreensão por alienação fiduciária

Neste artigo:
  1. Quais são os prazos a serem observados na alienação fiduciária?
  2. Quais são os erros mais comuns na alienação fiduciária?
  3. Qual é o passo a passo da alienação fiduciária?
  4. Quais são os mecanismos de defesa para o devedor na alienação fiduciária?
  5. Contestação de Cobrança Indevida
  6. Purgação da Mora
  7. Ação Revisional de Contrato
  8. Consignação em Pagamento
  9. Ação de Manutenção ou Reintegração de Posse
  10. Discussão sobre a Consolidação da Propriedade
  11. Considerações Finais

A alienação fiduciária é um instituto jurídico utilizado principalmente em contratos de financiamento, onde um bem é transferido ao credor como garantia de uma dívida, mas o devedor continua com a posse direta do bem, podendo utilizá-lo normalmente. Esse mecanismo é comumente utilizado em financiamentos de veículos e imóveis.

  • Conceito: Na alienação fiduciária, o bem é transferido ao credor fiduciário (banco ou instituição financeira) até que a dívida seja totalmente quitada. O devedor fiduciário, por sua vez, mantém a posse do bem e tem o direito de usá-lo.
  • Base Legal: No Brasil, a alienação fiduciária é regulada pela Lei nº 9.514/1997 (para imóveis) e pelo Decreto-Lei nº 911/1969 (para bens móveis, como veículos).
  • Direitos do Devedor: Embora o credor tenha a propriedade do bem até a quitação da dívida, o devedor tem o direito de recuperar a propriedade plena do bem ao pagar o valor total da dívida. Durante o período de pagamento, o devedor também é responsável por manter o bem e assegurar que ele não sofra danos.

Quais são os prazos a serem observados na alienação fiduciária?

Os prazos variam conforme o tipo de bem. Para imóveis, após a notificação do devedor sobre o inadimplemento, ele tem 15 dias para quitar a dívida. Se não o fizer, o credor pode consolidar a propriedade em seu nome.

Quais são os erros mais comuns na alienação fiduciária?

Erros comuns incluem falta de notificação adequada do devedor sobre o inadimplemento, cálculo incorreto dos valores devidos e não observância dos prazos legais.

Qual é o passo a passo da alienação fiduciária?

1. Assinatura do contrato de alienação fiduciária.

2. Registro do contrato no cartório competente.

3. Em caso de inadimplemento, notificação do devedor.

4. Concessão do prazo legal para quitação da dívida.

5. Consolidação da propriedade em nome do credor se a dívida não for paga.

6. Leilão do bem para pagamento da dívida, se necessário.

Quais são os mecanismos de defesa para o devedor na alienação fiduciária?

O devedor pode contestar judicialmente a validade da notificação, questionar o valor da dívida ou alegar vícios no procedimento adotado pelo credor.

Existem várias estratégias de defesa que podem ser utilizadas pelo devedor fiduciário para proteger seus direitos, principalmente em situações de inadimplência ou abuso por parte do credor. Alguns mecanismos incluem:

1. Contestação de Cobrança Indevida

  • Descrição: Se o devedor acreditar que os valores cobrados pelo credor estão incorretos, pode contestar a cobrança, alegando que os cálculos estão errados ou que foram aplicadas taxas abusivas.
  • Mecanismo: Apresentar defesa judicial, solicitando perícia contábil para verificar os valores cobrados, ou questionar a cobrança diretamente com o credor, podendo também recorrer aos órgãos de proteção ao consumidor, como o Procon.

2. Purgação da Mora

  • Descrição: No caso de inadimplência, a purgação da mora permite que o devedor regularize sua situação pagando as parcelas em atraso e os encargos decorrentes (como juros e multas) antes que o credor possa retomar o bem.
  • Mecanismo: O devedor deve depositar em juízo o valor total das parcelas em atraso, acrescidas dos encargos contratuais, dentro do prazo legal (geralmente, 5 dias após a notificação extrajudicial no caso de bens móveis).

3. Ação Revisional de Contrato

  • Descrição: Se o contrato de alienação fiduciária contiver cláusulas abusivas ou ilegais, o devedor pode ingressar com uma ação revisional para alterar essas cláusulas.
  • Mecanismo: O devedor pode solicitar ao Judiciário a revisão de cláusulas abusivas, como juros excessivos ou cobrança de taxas indevidas. A ação revisional pode suspender temporariamente os efeitos do contrato, inclusive a retomada do bem.

4. Consignação em Pagamento

  • Descrição: Quando o credor se recusa a receber o pagamento ou quando há controvérsia sobre o valor devido, o devedor pode fazer o depósito do valor devido em juízo, liberando-se da obrigação.
  • Mecanismo: O devedor pode ajuizar uma ação de consignação em pagamento, depositando em juízo o valor que entende devido, evitando assim a caracterização de inadimplência.

5. Ação de Manutenção ou Reintegração de Posse

  • Descrição: Se o credor retomar o bem de forma irregular ou abusiva, o devedor pode recorrer à Justiça para recuperar a posse do bem.
  • Mecanismo: Através de uma ação de manutenção ou reintegração de posse, o devedor pode solicitar ao Judiciário a restituição do bem caso tenha havido abuso no procedimento de retomada pelo credor.

6. Discussão sobre a Consolidação da Propriedade

  • Descrição: Em casos de alienação fiduciária de imóvel, o credor, após inadimplência, pode consolidar a propriedade do imóvel em seu nome. O devedor pode contestar essa consolidação.
  • Mecanismo: O devedor pode apresentar defesa na fase de consolidação da propriedade, alegando, por exemplo, falta de notificação ou irregularidades no processo, buscando evitar a perda do imóvel.

Considerações Finais

A alienação fiduciária é um mecanismo eficiente para o financiamento de bens, mas é importante que o devedor esteja ciente de seus direitos e das defesas disponíveis. Em caso de conflito, a orientação jurídica especializada é fundamental para garantir que os direitos do devedor sejam respeitados e para evitar a perda do bem dado em garantia.

Sobre o tema, veja um modelo de purgação à mora.

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Comentários

E no caso da alienaçào fiduciária de bem imóvel, seguem os mesmos parâmetros?
Responder
@Dr. Rodrigo Soares Bandeira:
Sim, observando as peculiaridades de cada ramo do direito.
Responder
Ocasionalmente, os agentes financeiros eram na notificação, pois esta é pessoal
Responder
@Jose Muniz:
Diante de falha na notificação, nulidade.
Responder
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