A emoção é um fator capaz de influenciar diretamente o desempenho de um profissional. E não poderia ser diferente com quem trabalha no ramo do Direito. A inteligência emocional na advocacia vem sendo cada vez mais aplicada por advogados que buscam o sucesso na carreira.
Afinal, saber como pensar, sentir e agir de forma inteligente é uma necessidade no Direito. É uma estratégia que, quando bem aplicada, não permite que as emoções acabem por impactar a tomada de decisões profissionais e até mesmo atrapalhem a qualidade do trabalho, principalmente em audiências e sustentações orais e no trato com o cliente.
Quer saber um pouco sobre como lidar com as emoções e evitar ter atitudes impulsivas? Neste artigo, vamos apresentar algumas estratégias de como a inteligência emocional na advocacia pode potencializar seus resultados!
O que é inteligência emocional?
Inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, analisar e saber lidar com os próprios sentimentos e as emoções alheias de maneira sensata e habilidosa. Quem nunca teve uma atitude impulsiva e se arrependeu mais tarde?
As práticas de inteligência emocional envolvem a plena conciliação do lado emocional com o lado racional do cérebro, de modo que as sensações negativas possam ser neutralizadas e reduzidas o máximo possível e não consigam trazer comportamentos destrutivos.
Nesse sentido, a inteligência emocional permite a construção de relacionamentos sadios e maduros, além de possibilitar a análise da situação e a tomada de decisões mais eficientes e conscientes.
Qual é a importância da inteligência emocional na advocacia?
O ser humano é movido por sentimentos. De fato, o lado emocional do cérebro (esquerdo) apresenta um funcionamento mais ágil do que o lado racional (direito). Isso significa que, quando estamos diante de uma situação desafiadora, a parte da razão ainda está processando o fato, enquanto o lado da emoção já analisou o caso e está prestes a reagir. Por isso a famosa técnica "conte até 10".
As consequências do uso do lado emocional podem ser desastrosas, principalmente para quem trabalha com o Direito. Afinal, decisões impensadas e atitudes tomadas no calor da emoção podem resultar em perda de demandas e prejuízos para o cliente e para o advogado. É aí que entra a necessidade de compreender como lidar com as próprias emoções, reconhecer as emoções do outro e usá-las em prol da solução do litígio.
Essa conduta confiante e inteligente acaba por melhorar o desempenho do profissional. Além disso, esse resultado positivo vai muito além de dominar as técnicas processuais e reunir o conhecimento jurídico necessário para se sair bem na profissão. A inteligência emocional exerce papel fundamental durante toda a carreira do advogado.
No cenário jurídico, o advogado emocionalmente inteligente tem o potencial de se destacar na profissão. Afinal, ele sabe como conduzir transações contratuais, processos judiciais, arbitragem e principalmente, equilibrar a vida profissional com a pessoal.
Quais são as competências que compõem a inteligência emocional?
O estudioso Daniel Goleman dividiu a inteligência emocional em cinco habilidades. Confira.
Autoconhecimento
O autoconhecimento diz respeito a conhecer as próprias emoções que são criadas como resposta a um estímulo. Essa ideia sobre si mesmo leva tempo e não acontece do dia para noite. É necessário observar suas reações ao longo do tempo e entender a razão de determinado sentimento ter aflorado. Uma boa ideia é anotar tudo em um papel e passar a refletir sobre o assunto.
Controle das emoções
Aprender como lidar com as emoções e não apenas controlá-las, mas ressignificar cada uma é o diferencial entre um advogado de sucesso e um profissional descontrolado e impulsivo. Essa é a característica que proporciona equilíbrio e sensatez diante das situações.
Portanto, sempre que estiver sob pressão e vivenciando momentos tensos, tente manter a calma e analisar o caso. Isso é importante para evitar atitudes coléricas e geniosas. Que tal fazer mudar seu foco para outro assunto ou então praticar uma atividade física? Isso pode canalizar a ansiedade e permitir que você veja a mesma situação por outro ângulo.
Automotivação
A automotivação é um impulso interno que permite que o advogado se mantenha positivo e consiga reagir de forma positiva. É uma maneira de começar a agir para cumprir suas metas, antecipar necessidades — e não simplesmente esperar acontecer.
Empatia
Empatia é a qualidade que permite que o advogado se coloque no lugar de seu próximo — clientes, colegas, magistrados, serventuários etc. Ele pode ser capaz de conhecer as emoções e entender melhor o comportamento alheio.
Relacionamento
Manter relações saudáveis é o pilar que vai construir um ambiente de refúgio na família ou amigos e no trabalho um ambiente estimulante e impulsionar a carreira do advogado.
E a comunicação não violenta?
A Comunicação Não Violenta (CNV) é um processo de pesquisa contínua desenvolvido por Marshall Bertram Rosenberg e uma equipe internacional de colegas, que apoia o estabelecimento de relações de parceria e cooperação, em que predomina comunicação eficaz e com empatia. Trata-se da reunião de todas estas habilidades, pelas quais você busca entender a situação que o outro esta passando para entender suas atitudes e encontrar a melhor maneira de conciliar ambos os interesses. Para este trabalho é preciso maturidade, um exercício diário de se auto observar, observar atentamente o outro e compreender a situação.
Com certeza, numa era em que as telas retém mais nossa atenção do que o outro, estas habilidades tornam-se desafiadoras.
Como o advogado emocionalmente inteligente deve se portar?
A postura inadequada do advogado pode afastar não apenas clientes, mas também pessoas do círculo social, podendo gerar desavenças, inviabilizar um acordo benéfico, ser a causa para uma frustração e até mesmo uma depressão, doença tão comum nesse meio. Por isso trabalhar um pouco a cada dia nestas habilidades tem um poder de revolucionar não apenas os resultados profissionais, mas a maneira como se encara os desafios como oportunidades e a encontrar um equilíbrio sustentável nas relações.
A prática de métodos de inteligência emocional na advocacia é fundamental para conquistar a competência na carreira, independentemente do ramo de atuação do advogado. O controle das emoções aliado à excelência técnica jurídica têm o potencial de criar um profissional bem sucedido e principalmente, feliz no seu lado pessoal.